quarta-feira, 12 de maio de 2010

"Amar ou ser amado?"


Se pudéssemos escolher apenas uma alternativa…
O que seria mais importante?
Amar ou Ser Amado?
Por mais que pensemos…
Fica realmente difícil encontrar uma resposta…
Mas podemos tentar…
Vamos presumir que a alternativa escolhida fosse Amar…
Como é bom Amar…
Sentir o coração bater mais forte…
As mãos frias e trêmulas…as pernas fracas…
O sorriso nos lábios…
Sim, porque o sorriso faz parte do amor e como faz!
Quando amamos, temos o privilégio de sorrir mais…
Sorrimos até quando estamos parados, com o pensamento longe…
Sorrimos das próprias lembranças que esse amor nos traz…
e muitas vezes, quando nos damos conta…
Estamos lá, não importa aonde…
Mas estamos com o sorriso nos lábios…
Até mesmo parados no farol a caminho de casa…
No meio de um trabalho…
Quem estiver prestando atenção na gente… provavelmente não vai
entender nada…
Mas, se essa pessoa também já amou
alguma vez na sua vida…
Ah, com certeza vai entender porque estamos assim… e vai sorrir
também só em lembrar como ela
já ficou um dia por causa do amor…
Quando pensamos na pessoa amada,
uma enorme sensação de leveza
vai tomando conta do nosso corpo…
Da nossa mente…da nossa alma…assim, sem pedir licença…
Mas é uma sensação tão maravilhosa que não importa, ela é tão boa
que não precisa mesmo pedir licença…
pode ir entrando e tomando
conta do nosso ser…
Sensação de plenitude…
E, agora, vamos pensar na outra escolha…
Ser amado…
Como é maravilhoso também saber que existe alguém que nos ama…
Que se importa conosco…
Que se preocupa com tudo o que nos possa acontecer…
Que teme que nos aconteça algo de errado…
A pessoa que nos ama está sempre vigilante…
Tentando nos proteger de situações
que poderiam nos machucar, e
consequentemente machucar a esta pessoa também, sim, porque não
podemos nos esquecer de tudo que foi dito anteriormente sobre
amar…
Quando somos amados, se algo de
errado nos acontece, o ser que nos
ama sofre muito com isso,
talvez sofra mais do que nós mesmos
poderíamos sofrer…
O ideal seria escolher as duas alternativas
Amar e Ser Amado
Pois os dois sentimentos se completam
Mas, nem sempre é assim…

O ideal seria:
Saber Amar e Ser Amado
Mas isto é privilégio de poucos…
talvez privilégio de quem já aprendeu
muito com o amor, já cresceu
muito com ele, e por isso talvez até
consiga entende-lo melhor…
O ideal seria:
Amar sem sufocar… Amar sem aprisionar…
Amar sem cobrar… Amar sem exigir…
Amar sem reprimir, simplesmente Amar…
E
Ser Amado sem se sentir sufocado…
Sem se sentir aprisionado…
Sem se sentir cobrado…
Sem se sentir exigido…
Sem se sentir reprimido
Simplesmente Ser Amado!
Pois do que nos adiantaria Amar sem Ser Amado
e Ser Amado sem Amar?

"Amar sem ser amado"


Sabe quando a gente olha em volta e não vê ninguém?
Quando percebemos, que por algum motivo, ficamos completamente sós?
Quando, apesar de procurarmos, não somos capazes de encontrar ninguém com quem desejemos estar?
Talvez seja esse o momento certo para refletirmos sobre relacionamentos.
Só, o ser humano valoriza muito mais o que significa estar acompanhado.
Em total solidão, somos capazes de compreender que exageramos na dose de intolerância com que temos brindado amigos e companheiros.
Revisitando antigas relações, nos damos conta de que as estranhas manias e os hábitos aparentemente insuportáveis de nossos ex-maridos, amantes ou namorados, não eram assim tão graves, e até poderiam ter sido suportados se tivéssemos de volta, pelo menos, algumas das inúmeras coisas boas que compartilhamos com eles.
O fato é que esse inventário minucioso das relações, a que nos obriga a insônia, com os pés gelados, na cama de casal imensa, que a solidão muitas vezes transforma em instrumento de tortura, pode nos conduzir a algumas conclusões bastante úteis, se ainda tivermos forças para buscar e concretizar, a partir delas, novos relacionamentos.

A primeira coisa que descobrimos, é que viver e deixar viver é muito mais do que uma frase de efeito. É uma realidade que evita muita confusão.
Respeito é bom e eu gosto, passa ser uma espécie de lema, que a postura corporal denuncia, antes mesmo que lampeje em nossos olhos, para que nossa boca nunca mais tenha que pronunciar.
Outra coisa que aprendemos lentamente, mas para sempre, é que não vale a pena usar feitiços e artimanhas para conquistar nada nem ninguém.
Se alguém vier a gostar de alguma coisa em nós terá que ser de nossa cara lavada de todo dia, e não da face de boneca glamurosa que exibimos uma vez na vida, em festas e recepções.
Ninguém é perfeito, muito menos nós, e, até por causa disso, todo chilique é desculpável, e deve ser acolhido, na pior das hipóteses, com silêncio, e na melhor, com risadas, se elas não piorarem as coisas, é claro.
Gosto não se discute, e por mais estranho que pareça, pode ser compartilhado em ocasiões especiais.
A mais difícil conclusão a que chegamos, sobre relacionamentos, é que eles exigem de nós um reconhecimento profundo das necessidades e limites de cada um e do todo.
Manter e sustentar um relacionamento é aceitar, sem qualquer tipo de sentimento de rejeição, sem cobrança, sem mágoa, sem cara feia, sem negação, sem manipulação, sem vingança, sem perversão, a qualidade e a quantidade de afeto que o outro está disposto a oferecer, nem mais, nem menos, como e quando ele quiser expressá-lo.
Esta forma de relacionar-se é a única que nos permite estabelecer relações construtivas com toda e qualquer pessoa, mesmo as que não simpatizam conosco ou as que - declaradamente, ou em segredo - não gostam de nós.
Relacionar-se segundo essas premissas torna possível compreender que, apesar de nossos sentimentos não serem correspondidos na mesma medida, estas diferenças de freqüência e de intensidade não inviabilizam nenhum relacionamento.
Se prezamos nossa liberdade e a legitimidade de nossos sentimentos, porque não respeitamos na mesma medida as de nossos semelhantes?
Considerando as relações sob este prisma, e aplicando esses conceitos na prática, veremos que é possível assumir nossos sentimentos, e, ao mesmo tempo respeitar os sentimentos do outro, sem atritos nem constrangimentos.
É por causa disso que sempre afirmo, para quem quiser ouvir, desmentindo toda a retórica romântica, que é possível se sentir livre e feliz, amando sem ser amado, conviver em paz e serenidade, com alguém por quem estamos apaixonados, mesmo sabendo que não somos correspondidos.
Manter uma relação saudável e honesta é estar aberto, sem oferecer-se, ser sensível sem chocar-se, ser afetuoso sem ser permissivo, pensar por dois sem deixar de ser um, obedecer a protocolos sem ter medo de pisar em ovos, desejar sem possuir, demonstrar sentimentos sem ostentá-los, ser livre para tocar e ser tocado, ter coragem suficiente para dizer um sim e para ouvir um não.
O amor passional e compulsivo, aquele que exige correspondência, que compara, mede e pesa demonstrações de afeto, que especula sobre intensidade e qualidade de sentimentos, que raciona e condiciona expressões de ternura, inviabiliza, cedo ou tarde, qualquer relacionamento.
O encanto da convivência é a mobilidade e a variedade com que o outro nos demonstra, a cada dia, sua aceitação à nossa própria mobilidade e variedade de reações.
Quanto mais o outro nos surpreende com sua tolerância e compreensão, mais confiamos nele, e mais aspectos novos somos capazes de expor.