segunda-feira, 31 de maio de 2010
"SAINDO DO MEU CASULO"
"Sempre fiquei em dúvida, quando a borboleta deixa a segurança do casulo ela percebe a beleza que tem? Ou será que ela ainda se vê como uma lagarta?"
"A única constante da vida é a mudança". Tal frase já foi pronunciada por tantos lábios que já não recordo quem foi o seu pensador original. O fato é que ela traz consigo uma questão óbvia. Entretanto deixe-me dizer que creio piamente na permanência de algumas coisas, coisas que duram por toda a eternidade. Alguns sentimentos, por exemplo, nada, nem mesmo o tempo ou a morte, pode apagar. De qualquer forma a mudança é natural e majoritária. Um claro e belo exemplo, que podemos usar aqui como uma metáfora, são as borboletas.
No início de sua vida, as borboletas são apenas lagartas famintas em busca de folhas. Nada mais, nada menos. Quando finalmente estão bem nutridas, seu corpo se endurece formando-se uma pupa, ou casulo, como se a larva estivesse enrolada em uma pequena folha. O pequeno animal fica dentro desta capa de proteção por dias, ou até mesmo meses, dependendo da espécie, até que esteja adulto. O casulo então rompe-se e dele sai a borboleta adulta, com o corpo ainda mole e as asas ainda amassadas. Ela aguarda algumas horas até que suas asas estejam totalmente secas e duras, e então, podem voar.
"Se você pegar um casulo de lagarta, cortá-lo com um estilete e tirar a borboleta lá de dentro, ela nunca irá voar. É somente o processo de lutar para sair do casulo que dá a borboleta a força para voar!"
Não quero parecer blasé usando de uma metáfora tão clichê para expressar-me. Mas nada adequou-se tão perfeitamente a minha situação atual. Mas diferente do usual, que compara a fase de lagarta à infância, a fase de pupa à adolescência, e a borboleta ao adulto e toda aquela visão simplista. É outro ângulo!
Sinto-me exatamente como a borboleta com seu casulo recém rompido. Sinto que passei um longo tempo dentro de uma pupa unindo forças e preparando-me. Meu casulo acaba de romper-se. Minhas asas aínda estão úmidas e amassadas, meu corpo ainda está molengo e desengonçado, mas sinto que falta pouco para meu tão esperado voo. Porém não sou uma simples borboleta. Levei anos sendo lagarta, levei anos dentro de meu casulo e não será apenas uma questão de horas para que minhas asas endureçam, para que meu corpo ganhe firmeza e eu possa enfim voar.
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